A segunda oficina de propostas do Plano de Bairro ocorreu na Ladeira da Preguiça
O Centro Cultural "Que Ladeira é Essa?" recebeu, no dia 17 de novembro, a segunda oficina de
propostas do Plano de Bairro 2 de Julho, com participação de moradores/as da
rua Visconde de Mauá, do Sodré, Fagundes Varela, Areal de Baixo, Augusto França, Av. Lafayete
Coutinho e Ladeira da
Preguiça. O grupo elaborou propostas relacionadas a temas como meio
ambiente, saneamento, educação e saúde, combate à desigualdade, mobilidade, segurança, cultura, com atenção para população mais vulnerável como crianças, idosos/as, mulheres e população em situação de rua.
Moradores/as participam de oficina de propostas para o bairro 2 de Julho, no Centro Cultural Que Ladeira é Essa? |
Durante os debates, moradores/as relataram dificuldades na promoção de justiça social no bairro, com impacto no direito à moradia e a ameaça de expulsão
de moradores do centro da cidade, como no caso dos decretos de desapropriação que
atingem imóveis no bairro. Também foi
pontuada preocupação com a exclusão e o futuro de jovens e crianças, o
acesso à educação e a espaços de lazer, além de dificuldades na mobilidade com obstáculos nas ruas, lixo e descaso com a fragilidade das encostas. Já a beleza do bairro foi destacada como um ponto forte, especialmente a vista para o mar da Baía de Todos-os-Santos, que é ao mesmo tempo cobiçada por empreendimentos privados de luxo.
Participantes montam mural com imagens do bairro |
Os/as participantes também percebem o bairro com uma cultura local forte, com música e arte pulsantes; e
também solidário e unido, criando espaços de lazer com a ocupação de ruas e mutirões
de pintura das casas. Uma das moradoras relatou seu sentimento de união, esperança
e de lutar pelo espaço: “quero continuar morando aqui”.
Outros participantes destacaram a importância do passado, da memória e da história do bairro na luta por liberdade
e pela cidade. E nessa luta, que continua nos tempos atuais,
ter
direito à cidade para os moradores é ter direito a um bairro e cidade verde e
limpa, em que se possa ir e vir tranquilamente, é ter beleza e segurança, é acreditar
na potência do passado e dos seus próprios moradores/as; para os participantes ter
direito à cidade é principalmente ter direito a ser respeitado e é união e
construção coletivas: “somos nós que fazemos; somos a força que move”, finalizou
uma moradora.
Grupo debate as propostas de melhorias para o bairro 2 de Julho |
Assim, a partir
das suas percepções e experiências, e de informações coletadas durante a pesquisa
do Plano de Bairro, apresentadas em painéis informativos com as principais “potencialidades
e problemas” do 2 de Julho, os participantes elaboraram propostas de melhorias
para o bairro, dentre as quais se destacam: Arborização, com criação de espaços públicos e verdes; Florir o bairro, através de mutirões de moradores/as; Melhoria da coleta de lixo e novos coletores; Instalação de creches públicas; Implantação de transporte público interno de porte adequado ao bairro; Construção de casas de atenção e lazer para população de terceira idade; Melhoria da infraestrutura e ampliação do serviço do Posto de Saúde; Construção de casas de apoio e tratamento para população mais vulnerabilizada; Centros de geração de emprego e renda para jovens; Criação de residências artísticas que conectem agentes locais e de outras cidades; Criação e manutenção de hortas comunitárias; Melhoria de espaços públicos de lazer e referentes ao patrimônio e história do bairro.
Panfleto de divulgação da oficina na Preguiça |
Ao final desse ciclo de oficinas, todas as propostas serão sistematizadas para em seguida serem apresentadas e debatidas com a comunidade. O Plano de Bairro 2 de Julho é um projeto de extensão desenvolvido desde 2014 em parceria com movimentos, organizações e moradores/as do bairro, pelo Grupo de Pesquisa Lugar Comum da Faculdade de Arquitetura da UFBA.
Parte da turma da segunda Oficina de Propostas do Plano de Bairro 2 de Julho |
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